fonte: Ministério da Saúde
A rede pública de saúde do Brasil contará com uma base única de dados. Os trabalhos para implantação do registro eletrônico do SUS foram apresentados nesta quinta-feira (23) durante Workshop de Desenvolvimento de Governança do Ministério da Saúde, em Brasília. A expectativa é que até 2018 uma plataforma reúna prontuários eletrônicos, registro eletrônico de saúde e um conjunto mínimo de informações.
Os dados do Cartão SUS e do Cadastro Nacional de Estabelecimentos em Saúde (CNES) estarão integrados a essa base. Durante o evento, realizado na Fiocruz, o ministro da Saúde, Ricardo Barros, frisou a importância do trabalho. “Fiz questão de vir aqui, pois a informatização é uma das minhas prioridades. É preciso urgente os prontuários eletrônicos e a integração dos sistemas. Queremos avançar muito rapidamente com isso. A informação é inimiga da fraude”, disse Barros.
O coordenador geral de Sistemas de Informação do Ministério da Saúde, Leandro Panitz, apresentou uma prévia do registro eletrônico em saúde que deverá reunir informações compiladas hoje por sistemas diferentes da pasta, como o sistema de informação ambulatorial e o de internação. Uma parte do trabalho, o chamado conjunto mínimo de dados, deve ficar pronto ainda este ano, com informações da saúde pública e suplementar. O conjunto mínimo consiste no resumo dos atendimentos hospitalares, resumo da alta hospitalar, referenciamento do paciente, sumário de saúde do paciente e resumo dos exames. “É um grande desafio, mas que trará uma transformação importante no SUS”, destacou o coordenador.
Algumas experiências já começaram no SUS em hospitais, como o Oswaldo Cruz e o Sírio Libanês, e devem ser replicadas posteriormente em outras unidades. No Sírio Libanês, a prescrição eletrônica é feita desde 2008 e traz mais segurança para o paciente e para o profissional de saúde. Um procedimento chamado Triplo Check permite a identificação do profissional de saúde, do paciente e dos medicamentos administrados por meio de código de barras. Cada passo é checado eletronicamente por códigos, o que faz com que o paciente tome a dosagem certa, na hora certa e evita desperdícios e erros.
Em Porto Alegre, outra experiência está integrando informações das Unidades Básicas de Saúde com o Hospital Restinga. O projeto começou em abril e vai até outubro de 2017, com apoio do Proadi – Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Ministério do SUS. O piloto, que abrange uma comunidade de 100 mil habitantes, permite o cuidado contínuo do paciente. São compartilhadas informações entre as unidades de saúde, do sumário ambulatorial do paciente, o sumário de internação, os resultados de exames e o processo de referenciamento.
“Com esse sistema, conseguimos reduzir a quantidade de exames pedidos. A informação é mais efetiva para aplicar políticas de saúde pública e determinar para onde vão os recursos”, disse o gerente de TI do hospital Oswaldo Cruz, Denis Costa, que está coordenando o trabalho.
O processo de informatização da informação do SUS terá três fases, os prontuários eletrônicos (com a evolução clínica e plano terapêutico), o registro eletrônico de saúde (um extrato de informações resumidas que deve ser vista por toda a rede de saúde) e o conjunto mínimo de dados. O modelo de governança a ser utilizado pelo SUS se assemelha ao utilizado na Austrália.